OPALA STANDARD 250s O MITO

  CURIOSIDADES NA CRIAÇÃO DO MOTOR 250s

No início dos anos 70 os opalas não tinham concorrentes a altura para as provas de arrancada ou corridas profissionais, e com o aumento da cilindrada cúbica de 3,800 para 4.093  estavam imbatíveis. Quando as corridas de longa duração reiniciaram-se em 1973, os chamados “4.100” encontraram um concorrente a altura, o FORD Maverick V8, com motor de 8 cilindros em v e 4.950 cilindradas cúbicas era bem mais potente que os Opalas. Coube aos principais pilotos da época pressionar a GM para que desenvolvesse um motor mais potente que pudesse tirar a diferença. Na época o engenheiro de desenvolvimento de motores da GMB Roberto B. Beccardi já vinha trabalhando por iniciativa da própria GMB, e com a pressão dos pilotos da época acelerou o desenvolvimento final.

Assim, em julho de 1974 a GMB passava a oferecer o novo motor 250-S opção para o Opala 4.100. De acordo com Gilberto C. Barros, Gerente-Assistente de Merchandising na época, “O motor 250-S caracterizado como Standard Options (Opção normal de produção), pode ser adquirido por qualquer possível comprador através de nossa rede de concessionárias, dependendo da disponibilidade da matéria prima”.

Essa versão do motor 4.100 mais forte, com cerca de 30 HP a mais, já saiu das concessionárias direto para as pistas. O Opala agora era muito mais rápido que o Maverick. A FORD não deixou para trás e tratou de dar um “tapa” no Maverick. O potente 250-S já pisava nas pistas enfrentando de cara um Maverick V8 “anabolizado” chamado de “Quadrijet”. Páreo duro na época. Segundo os testes da revista 4 Rodas em agosto de 1974, o Quadrijet desenvolvia quase 250 HP, e fazia de 0 a 100 em míseros 7,8 s. O 250-S tinha taxa de compressão inicial de 8,51, potencia máxima de 153 HP DIN a 4.600 rpm e torque Maximo de 29,0 mkgf a 2.400 rpm. Válvulas na cabeça, tuchos de válvula hidráulicos, comando de válvulas lateral, acionado por engrenagem. E carburador de corpo duplo, o restante da linha Opala 4.100 saia com carburador de corpo simples. De acordo com o teste da época o 250-S foi de 0 a 100 em 10,0 s cravados e chegou a máxima de 197,153 km/h contra 200,000 km/h do Quadrijet V8.

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Com o passar dos anos e as duras provas de resistência, 1.000 Km de Brasília e provas da Divisão 1 e depois o Grupo 1, os 250-S foram se aprimorando e recebendo mais recursos e potência. Os Quadrijets eram fortes e competitivos e até serem barrados pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), pois a produção do Maverick V8 era abaixo do índice permitido para participar das provas. A FORD veio a paralisar os incentivos a estas categorias por volta de 1978. Com a finalização da produção nacional do FORD Maverick, agora o Opala 250-S estava sozinho. Nas ruas os Opalas 250-S eram sinônimos de desempenho e pegas que se tornaram lendários. Preparações e potência eram “tirados” dos motores originais ate se parecer com os motores de pista da época ou até superá-los.

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No ano de 1978 podia-se pedir a variante do motor 250-S para a versão cupê já com as inovações desenvolvidas pela GMB. Taxa de compressão do motor elevada para até 9.1 (o SS 6 era 7.8,1), com alterações na cabeça dos pistões, os tuchos de válvulas eram mecânicos, com molas duplas e amortecedor, o motor se tornava mais elástico permitindo as trocas de marchas com mais de 5.000 rpm, avanço da abertura das válvulas dos dois motores tanto o 4.100 ou o 250-S eram de 16 graus. O avanço de abertura da válvula de escape do 250-S era de 65°30’ e do 4100 de 46°30’. As outras diferenças eram: Carburador duplo com outra calibragem, ventilador do sistema de refrigeração com 4 pás, peso do volante do motor (11,8 kg no 4100 e 9,8 kg no 250-S, o mesmo do motor do 4 cilindros na época), embreagem especial reforçada com molas de maior carga no 250-S, e uso de diferencial auto-blocante que era aconselhável na época para carros de desempenho esportivo.

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Como até 1977 o motor 250-S era opcional, a sigla SO indicava “Edição Opcional”. No ano de 1978 como passou a ser mais aceito comercialmente, e começou a ser fabricado em maior escala, os motores 250-S com esse configuração acima recebeu a sigla MC que, segundo a GMB significava “Transmissão Manual”.

No ano de 1978 com a grande procura pelo motor “MC”, a GMB resolveu incrementar uma versão do Opala cupê, mas sem tornar publicamente, já que se sabia que o esportivo de fato da GMB era na época o SS. De acordo com a publicação da Revista 4 Rodas de um suplemento de 1978, o Opala Cupê 1978 vinha com motor 2.500 cilindradas cúbicas e motor 4 cilindros, câmbio de 3 machas na coluna, se fosse um comprador mais jovem, poderia optar pelo motor 151-S ou pelo então 250-S com os 171 cv (oficiais) sob o comando do acelerador. O kit era opcional e vinha acompanhado de caixa de 4 marchas com comando no assoalho, bancos individuais com encosto altos, pneus radiais, vidros verdes especiais, e mais uma série de equipamentos. Como o Opala Cupê era de acabamento mais simples da linha e sem detalhes a mais outra vantagem do Opala Cupê era o peso, aproximadamente 1.100 kgs contra quase 1.200 kgs do Opala SS. Para finalizar a matéria dizia: “Nessas condições, o Opala cupê é um dos carros mais versáteis da faixa dos carros médios brasileiros”.

Assim o Opala 250-S ganhou sua “versão”. De acordo com revistas da época, esse motor rendia 178 cv a 5.400 rpm e tinha 35,6 mkgf de torque. Mais que os 171 cv a 4.800 rpm e 32,5 mkgf anunciados na época. Mas com intuito de driblar impostos e não chocar com os 171 cv do esportivo top da GMB o “SS 6” isso não foi oficializado pela GMB.

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Em algumas regiões do país como o Centro Oeste, Minas e São Paulo, várias concessionárias Chevrolet com o intuito de dar mais ênfase e apimentar o Opala 250-S criaram um logotipo com nome de “WAY”para os Opalas Cupês equipados com o kit 250-S. Possivelmente tirado do símbolo americano da década de 60 “WAY OF LIFE”. Assim quando se adquiria o Opala Cupê com o motor 250-S e acessórios, já saia da concessionária com os adesivos laterais nos paralamas “Way 250-S”.

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Este Opala Cupê 250-S mantém as características da Stock Cars da época, para o qual originalmente este motor foi criado.

Este Opala 250-S ano 1978 foi tirado em uma concessionária de Brasilia DF e pertence a George Zoé Toubas da cidade de Goiânia Go, desde 30 de novembro de 1989, ele e o terceiro dono. É um legitimo Opala 250-S, confirmado pela própria GMB. Número do Chassi: 5N87HHBOOOOOO, motor 8JOOOOMC.

Detalhe da lateral do Opala Cupê com Kit do 250-S, liso sem detalhe nenhum, vidros verdes, pneus radiais, sem direção hidráulica e com bancos altos individuais como saía da concessionária.

Motor “MC” como das pistas no ano de 1978 e 1979, oficialmente com 171 cv, mas verdade 178 cv originais de fábrica, só a hélice de plástico do motor e o volante do 4 cilindros por si já aumentavam a cavalaria.

Um Opala 250-S com adesivo “Way” possivelmente tirado de concessionária do Centro Oeste, foto do ano de 1978.

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Os Opalas Cupês 250-S 1978, se destacavam pelo menor peso 1.100 kgs aproximados e com um motor de 178 cv a 5.400 rpm e 35,6 mkgf de torque, não oficializados pela GMB na época.

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O painel do Opala Cupê 250-S vinha completo marcando ate 7.000 rpm e Max. de 200 km/h.

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Foto da época já na Stock Cars de 1979, onde a moda era deixar os Opalas com frente agressiva e as rodas “Cruz de Malta”, onde foi tirado os detalhes pretos do Opala 250- S de George como de época.

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BIBLIOGRAFIA -08/2016.

-Fonte de consultas:

Revista 4 Rodas (Ed. Abril)

Revista Auto Esporte (FC Ed.)

Encartes da época (Revistas e folders de concessionárias) General Motors do Brasil (Chevrolet.cacc@gm.com ; srno: 489 538-1888823 987 – 23/07/16)

Central de relacionamento Chevrolet tel: 0800 702 4200.

-Agradecimentos:

Roberto Amaral Sharp (Bob Sharp)

Roberto B. Beccardi (GMB)

Gilberto de Camargo Barros. (GMB)

George Zoé Toubas (redator e pesquisador desta matéria)

12 opiniões sobre “OPALA STANDARD 250s O MITO”

  1. Muito boa a matéria, agradecemos a publicação.
    Parabéns .

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  2. Mardel Paranhos Carvalho disse:

    As fontes citadad no final da matéria ficaram muito vagas, portanto quero as fontes todas e os emails que relatam a veracidade desta série especial lançada pela GM, Sr George, a responsabilidade de tais informações é muito grande, visto que os meios de comunicações da internet hoje são fontes de pesquisas para muitos, portanto aguardo a documentação solicitada em meu email que o Sr já o tem!

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  3. Ótima matéria, trata muito bem toda a história do motor 4.100, até os 250 S mais potentes de 179 Hp.
    Parabéns
    Obrigado pelo carinho!

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  4. Ao amigo Neto meus parabéns pela rica matéria sobre nosso Ícone! Sempre Leo comentários positivos sobre ela.
    Abraços

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  5. Dentro em breve estarei postando a volta do Way 250s as arrancadas

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  6. Gustavo Alvares Saldanha disse:

    Sempre gostei dos opalas, mas, com o advento do Maverick V-8 , e sua retirada de cena, o 250 S , não ficou só como foi dito , ele tinha sim, um grande concorrente, o DODGE CHARGE R/T , V-8 , marcha salão , ao contrario dos outros Dodges, cuja cambio era Royal, ou seja na coluna da direção, esse modelo era o máximo em esportividade e conforto , seu motor em V, possuía 5300 cilindradas e 215 CV ,uma verdadeira máquina !

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  7. gilberto ribas chamarelli disse:

    sou do rj e trabalhei 20 anos(1983/2003)em autorizada gm(venda de pecas),fico feliz em ver que hoje ainda temos este material sobre este mito de veiculo que foi o opala.valeu rapaziada gilberto ribas chamarelli

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  8. Grande amigo Neto aos fãs e amantes do automobilimo nacional opala sempre será Opala,
    O melhor carro já fabricado no Brasil!

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